Epifisite ou displasia da epifise - Uma deformidade angular e flexora dos membros em potros

Epifisite ou displasia da epifise - Uma deformidade angular e flexora dos membros em potros
As principais doenças dos cavalos estão ligadas aos membros locomotores (Monfort 1967, McIlwraith 1996), as quais podem aparecer devido a traumas ou de distúrbios ósseos. O diagnóstico precoce dos desequilíbrios minerais tem grande importância na medida em que os distúrbios ósseos podem ser reversíveis se a causa for corrigida rapidamente.

Em cavalos, o mais freqüente desequilíbrio nutricional ligado aos minerais é a ingestão excessiva de fósforo ou insuficiente de cálcio (Capen 1993). A ingestão excessiva de fósforo resulta numa absorção intestinal excessiva e hiperfosfatemia. A hiperfosfatemia estimula a paratireóide indiretamente, levando à reabsorção óssea e aumento da fosfatúria. Da mesma forma, a ingestão insuficiente de cálcio determina uma hipocalcemia, que leva à estimulação da paratireóide. A ingestão contínua de uma dieta desbalanceada leva a um estado permanente de hiperparatireoidismo compensatório e ao desenvolvimento progressivo de distúrbios metabólicos do osso por reabsorção da matriz óssea, decorrente da ação do paratormônio (Schryver et a!. 1974, 1975). Os cavalos com este tipo de distúrbios geralmente se alimentam de dietas ricas em grãos e com forragens de baixa qualidade. Este tipo de dieta normalmente é palatável e nutritiva, exceto pelo desequilíbrio cálcio/fósforo, de tal forma que o animal se desenvolve com peso e tamanho normais, mas podendo apresentar fragilidade óssea clínica ou subclínica. Quando as lesões se tornam evidentes clinicamente, algumas das osteopatias mais freqüentemente observadas são as seguintes: Osteocondrose, deformidades angulares e flexurais, epifisite, distúrbios ósseos nos cavalos em treinamento e osteodistrofia fibrosa.

Etiologia

Estima-se que 73% a 88% dos problemas de crescimento em potros são devido a deformidades de angulação ou epifisite. A epifisite, ocorre quando a cartilagem de crescimento não é substituída por osso e os vasos não conseguem penetrar na zona de crescimento, o osso não se organiza, há necrose nesta área.

Acometem potros em crescimento, entre quatro a oito meses de idade, ou início da fase de condicionamento e de treinamento de 12 a 24 meses, principalmente aqueles que foram submetidos às diversas formas de superalimentação. As causas dessa doença são multifatoriais, podem ser por problemas nutricionais (quando alimentados com rações contendo níveis elevados de proteínas e energia, desequilíbrios na relação Ca:P), crescimento rápido, predisposição genética e traumas relacionados diretamente com alterações da ossificação endocontral e a epifisite localizada somente em um membro pode ser o resultado de trauma ou compressão excessiva da placa de crescimento. 

Sinais clínicos

O que se observa rotineiramente são manifestações leves deste processo.
Clinicamente há o alargamento no local da placa de crescimento distaI do osso rádio ou do metacarpo e metatarso distal em potros de até dois anos. O local se mostra inflamado e em casos mais graves pode haver manifestação dolorosa, acompanhada de manqueiras. Também são comuns as sinovites, especialmente no tarso e no carpo.

Esta enfermidade conduz o aparecimento dos sinais clínicos de inflamação, tais como inchaço, dor e calor. O inchaço é de natureza dura, e está associado ao calor na pele, sendo doloroso, a palpação. Ocorre também a claudicação, variável em intensidade, conforme a gravidade da doença.

Podemos observar deformidade angular e flexora dos membros, na epifisite mais severa, pela interrupção do crescimento ósseo, ou até mesmo, pela dor crônica, respectivamente. O exame radiográfico mostra a produção de tecido ósseo em torno da placa de crescimento, onde se constata a doença.           

Prevenção/Controle

A avaliação da dieta do animal é uma das mais importantes iniciativas a se tomar, no tratamento dessa doença, até mesmo como prevenção. Como regra geral, a quantidade de proteína e energia, na dieta, deve ser reduzida. Vários fatores influenciam a absorção do cálcio e do fósforo. Normalmente cerca de 50% do cálcio ingerido é absorvido, mas a eficiência da absorção nos eqüinos diminui na sobrecarga e aumenta quando os níveis são deficientes na dieta (Schryver et aI. 1971 ). A eficiência da absorção intestinal aumenta ainda durante períodos de maior intensidade na mineralização óssea, como crescimento e prenhez e também na lactação.

            O repouso é fundamental, na fase aguda da doença, para prevenir deterioração e, principalmente, deformações angulares e/ou flexoras dos membros. Anti-inflamatórios são recomendados na resolução dos sinais clínicos. A maioria dos casos de epifisite é passageira e responde, positivamente ao tratamento. Entretanto, se não tratada adequadamente, a epifisite pode comprometer a futura carreira desportiva do cavalo.   
            O diagnóstico é relativamente fácil de ser feito, pois o simples espessamento das regiões fisárias radiocarpal, principalmente associado a problemas de aprumos – valgus carpiano - e desequilíbrios séricos na relação Ca:P, levam a identificar o problema. O diagnóstico é confirmado radiograficamente pela observação de espessamento da extremidade distal da metáfise e epífise; proeminência em projeção medial das faces diafisárias e epifisárias, acompanhada por diversos graus de “fechamento” prematuro da placa de crescimento; esclerose e osteomalácia metafisária em alguns casos.     

Tratamento

O sucesso do tratamento depende da precocidade de sua aplicação, e se baseia principalmente na imediata suspensão do treinamento, suplementação mineral funcional adequada e correção das alterações de aprumos que o potro eventualmente apresentar. O repouso de no mínimo três semanas, nesta fase do tratamento, é fundamental para se evitar a sobrecarga e o trauma sobre a placa epifisária.

O NewAlgas (suplemento funcional mineral para grandes animais), pode ajudar no tratamento dessa enfermidade, por ser um suplemento à base de Lithothamnium calcareum, uma fonte nobre de cálcio, e enriquecido com MOS (Mananoligossacarídeos). É altamente solúvel e de ação rápida. Além da riqueza em cálcio e magnésio, a estrutura da alga é bastante porosa, com 60% de espaços vazios, o que proporciona uma solubilidade bastante elevada. Previne a redução dos níveis de cálcio no sangue, diminuindo a incidência da hipocalcemia. Além disso, ele é enriquecido com MOS, que tem como função a absorção de micotoxinas e aglutinação de bactérias patogênicas, que levam os animais à diminuição da produtividade.

Esse suplemento tem diversas indicações como, por exemplo para animais em desenvolvimento, animais com fraturas e problemas ósseos e para prevenir redução dos níveis de cálcio no sangue, pois como vimos uma das causas da epifisite é o desequilíbrio de cálcio, normalmente 50% do cálcio ingerido é absorvido mas quando os níveis desse mineral é deficiente na dieta isso não ocorre (a absorção de cálcio declina com a idade, por isso é necessário oferecermos na dieta). De forma geral, animais em crescimento (período pós desmama) não apresentam um consumo voluntário suficiente de minerais, sendo indicada a inclusão desta na dieta desses animais.

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Allan Rômulo
Allan Rômulo

Medico Veterinário, empresário fundador da Univittá Saúde Animal, pós graduado em administração de empresas pela FGV. Formulador e desenvolvedor de tecnologias para nutrição animal, com experiência em marketing veterinário e venda de produtos de conceito.

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